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Plano Safra 2013/14 deve priorizar armazenagem de grãos

3 jun 2013 - 07h16
(atualizado às 07h16)
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Déficit atual de armazenagem é estimado em mais de 40 milhões de toneladas de grãos
Déficit atual de armazenagem é estimado em mais de 40 milhões de toneladas de grãos
Foto: Shutterstock

Com produção recorde de grãos, o setor agrícola aguarda com apreensão o lançamento do Plano Safra 2013/14, que investirá em um problema histórico do País: a logística. Uma das promessas do governo é ampliar a capacidade de armazenagem, que tem um déficit atual estimado em mais de 40 milhões de toneladas. O anúncio está programado para ocorrer nessa terça-feira, 4 de junho.

Até lá, os detalhes do plano não são revelados. Procurada pela reportagem, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) informou que não pode prestar esclarecimentos até o lançamento oficial, que será protagonizado pela presidente da República, Dilma Rousseff.

Porém um dado apresentado pela própria Conab, durante audiência pública em Brasília, no fim de maio, causa inquietação: cerca de 76% dos armazéns privados, certificados pela companhia, estão impedidos de uso. Isso quer dizer que eles não estão habilitados para prestar o serviço, por falta de documentos, processos ou estrutura.

Só que a armazenagem pública não acompanha o ritmo da produção do País, cuja safra 2012/13 deve ultrapassar os 180 milhões de toneladas de grãos. Hoje existe espaço para 2,2 milhões de toneladas nos silos oficiais.

Mas a resposta do governo pode chegar nessa terça. De acordo com o ministro da Agricultura, Antônio Andrade, o Plano Safra dará prioridade à armazenagem. Ele discutiu o assunto em um fórum sobre logística no evento agrícola Bahia Farm Show, em Luís Eduardo Magalhães (BA), no dia 28 de maio. O ministro acredita que o plano, “o maior que o Ministério da Agricultura já elaborou”, está à altura do ímpeto produtivo brasileiro.

Segundo o jornal Valor Econômico, o programa do governo prevê a construção de 21 grandes silos nas principais regiões produtoras e em portos do País. O investimento, estimado em R$ 730 milhões, aumentaria a capacidade de armazenagem pública para 4 milhões de toneladas de grãos.

Investir apenas em incremento da armazenagem pública, no entanto, não resolveria a questão, avalia o dr. João Batista Soares, professor da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília. “O investimento é bem-vindo, mas é melhor pensar em qualidade, e não em quantidade”, adverte. Segundo o pesquisador, o sucesso do plano depende de detalhes do planejamento, como a localização das estruturas, que devem ter o foco no produtor e nas cooperativas. Ele indica ainda que o incentivo à armazenagem privada deveria ser uma das maiores preocupações do plano.

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