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Para Bioflora, arborização urbana é negócio rentável

19 jun 2013 - 07h17
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A produção de mudas nativas, que já ganha espaço no Brasil com o avanço da conscientização ambiental, pode tornar-se um negócio mais rentável por via legal. Atualmente em tramitação no Senado Federal, o PLC 59/2010 estabelece regras para o plano de arborização urbana dos municípios. Há incentivo a plantas oriundas de ecossistemas nativos e com diversificação de uso.

Conforme o engenheiro agrônomo André Gustavo Nave, doutor em Recursos Florestais e diretor da Bioflora Tecnologia da Restauração, a procura por mudas de grande porte voltadas à arborização urbana cresce, principalmente, pela exigência dos órgãos ambientais para implantação de áreas verdes em condomínio e loteamentos. Segundo ele, no entanto, muitas espécies exóticas e algumas invasoras ainda são usadas indiscriminadamente, o que pode causar problemas ao meio ambiente.

Esse é um dos principais pontos atacados pelo projeto do Senado. A proposta original previa o plantio mínimo de 20% do total no plano de arborização para espécies nativas, mas a redação final aprovada na Câmara elevou o percentual para 60%. Agora, projeto substitutivo dos senadores estabelece a utilização obrigatória: 100% de mudas nativas.

Para Nave, uma das vantagens de ter espécies nativas é evitar as invasoras. “A murta, por exemplo, é utilizada de forma errônea como arborização urbana porque é hospedeira de greening - doença que causa sérios prejuízos para a citricultura e pode chegar a dizimar pomares”, afirma. Já o ipêzinho-amarelo-de-jardim invade áreas rurais, toma o lugar das espécies nativas e causa prejuízo para a fauna.

Cuidados

André Nave explica que os cuidados com as mudas iniciam na produção das sementes nativas e incluem a quebra de dormência, controle de pragas e doenças no desenvolvimento, adubações específicas em cada fase de crescimento e a escolha do recipiente adequado, além de podas de condução. “Tudo isso exige conhecimento específico para cada espécie, devido aos comportamentos diferentes entre elas”, diz.

Na seleção de espécies e técnicas de produção em Piracicaba/SP, a Bioflora conta com a parceria do Laboratório de Ecologia e Restauração Florestal da Escola Superior de Agricultura da Universidade de São Paulo. Das 200 espécies desenvolvidas no viveiro, 50 serão selecionadas para uso em ruas e praças.

De acordo com Nave, o grande entrave na arborização urbana está, justamente, na escolha de espécies ou de grupos de espécies, de forma a aliar os serviços ambientais para o ser humano e à preservação da flora e fauna. 

Ele entende que tais aspectos dependem de mão de obra qualificada e, por isso, a Bioflora oferece anualmente cursos de taxonomia vegetal, os quais capacitam técnicos para o reconhecimento das espécies botânicas e suas características, como porte, enraizamento e produção de frutos.

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