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Nutrição de precisão eleva produtividade na pecuária

23 mai 2013 - 07h04
(atualizado às 07h04)
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Na medida certa, a troca de alimentos proteicos por milho pode gerar maior produção e menor impacto ao ambiente
Na medida certa, a troca de alimentos proteicos por milho pode gerar maior produção e menor impacto ao ambiente
Foto: Shutterstock

Um dos ramos mais recentes  da ciência animal é a nutrição de precisão. Com ela, pecuaristas podem aumentar a eficiência na produção de leite e carne por meio do aproveitamento máximo do alimento consumido pelo animal. Além dos ganhos econômicos, o balanceamento da dieta dos animais ainda proporciona redução nos impactos ambientais.

O pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste Alexandre Pedroso é um dos principais defensores do uso da técnica na criação de gado bovino no Brasil. Pedroso propõe que a alimentação das vacas em lactação contenha menos proteínas. Isso significa que farelos de soja, algodão e amendoim devem fazer parte da dieta das vacas em menor quantidade ou com menor frequência.

Conforme Pedroso, a reformulação na dieta dos animais resultará em economia na produção de gado no Brasil, já que os alimentos ricos em proteína são mais caros. Menos proteínas também geram menos nitrogênio, elemento liberado na evacuação dos bovinos e potencial poluidor de águas e solos. 

No fim do ano passado, o pesquisador realizou um teste com 90 bovinos com produção média de 27kg de leite ao dia. Com o experimento, durante a fase de pastagem de forragem de alta qualidade, foi possível reduzir em 62 kg por dia as fontes proteicas na dieta dos animais. Para isso, reduziu-se a parcela de farelo de soja, substituído em parte por milho. A medida resultou em economia de R$ 1,32 por bovino diariamente. Ao longo do período das águas, a economia total foi de R$ 24.870.

Para saber se seu rebanho está consumindo a quantidade correta de proteínas, o pecuarista deve consultar um veterinário. O produtor também pode obter assessoria para implementar outras técnicas de precisão, que incluem regulações no uso de minerais e energia na alimentação dos bovinos.

Dificuldade na implementação

Para Paulo Roberto Mühlbach, engenheiro agrônomo e mestre em veterinária pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, vai levar algum tempo até que os produtores brasileiros adotem corretamente a nutrição de precisão, especialmente no Sul do Brasil. A dieta demanda a elaboração de um banco de dados “minucioso”, com informações sobre a produção individual de leite, pesagem dos animais, disponibilização permanente dos alimentos, observação das condições corporais dos bovinos, composição dos ingredientes das dietas, entre outros fatores relevantes. Segundo ele, ainda não há uma estrutura adequada para os pecuaristas de leite realizarem essas verificações. 

Outra situação apontada pelo especialista é a dificuldade de implementação da nutrição de precisão nos sistemas de produção de leite a pasto, na qual a qualidade e a quantidade nutricional apresentam maior variação. “É importante entender que, na medida em que o gado colhe a pastagem, ela vai se alterando. O conceito de precisão (acurácia) é praticamente oposto ao conceito de variação. Então, onde há muita variação, como na qualidade do bocado colhido no pasto, não poderá haver muita precisão”, explica.

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