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Nova cultivar pode elevar produtividade do café em Rondônia

5 jun 2013 - 07h03
(atualizado às 23h18)
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Variedade proporciona ganho de produtividade superior a 500%
Variedade proporciona ganho de produtividade superior a 500%
Foto: Kadijah Suleiman / Embrapa

Em até dois anos, a primeira cultivar de café produzida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) ficará à disposição dos cafeicultores de Rondônia. Com alta produtividade, a variedade levou 15 anos para ser desenvolvida.  A estimativa da estatal é que a BRS Ouro Preto beneficie mais de 26 mil pequenos agricultores da Amazônia. Por ora, os viveiristas, já selecionados, tratam de multiplicar as mudas.

A cultivar é resultado de estudo conduzido pela Embrapa Rondônia em parceria com o Consórcio Pesquisa Café. Ela foi obtida pela seleção de cafeeiros com características adequadas às lavouras comerciais do estado e adaptada ao clima e ao solo da região. 

Segundo o engenheiro agrônomo André Rostand, pesquisador da Embrapa Rondônia, ainda é difícil dimensionar todos os impactos positivos da nova cultivar. Sabe-se, entretanto, que os ganhos genéticos abrangem os diversos segmentos da cadeia produtiva.

Em condições de uso de média tecnologia de produção e em sequeiro, os agricultores podem alcançar produtividade média de até 70 sacas (60 kg) de café beneficiado por hectare. “Isso representa um incremento bastante superior à produtividade média rondoniense, que é de apenas 11 sacas por hectare”, afirma.

A cultivar também apresenta boa uniformidade de maturação, facilitando diretamente a colheita e a qualidade de grãos. Há, ainda, ganhos ao segmento industrial (grãos graúdos e de bom aspecto comercial e boa peneira média) e para o consumidor final (um café submetido a menos defensivos agrícolas).

A BRS Outro Preto já está registrada no Serviço Nacional de Proteção de Cultivares do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Em abril de 2013, a Embrapa recebeu o Certificado de Proteção de Cultivar para o café Conilon BRS Ouro Preto. É a primeira variedade de café conilon protegida no país.

Provavelmente a partir da safra 2014/2015, explica Rostand, haverá a extensão da recomendação para outros estados da Amazônia Ocidental, por meio do Zoneamento Agrícola de Riscos Climáticos do Mapa.

Por que pesquisar

Atualmente, os cafés que abastecem o mundo são oriundos, principalmente, de duas espécies: 65-55% de Arábica (Coffea arábica) e 35-45% de Robusta/Conilon (Coffea canephora). Cada variedade possui bebida com características próprias de aroma, degustação, teor de cafeína, sólidos solúveis, cor e atributos sensoriais, químicos e físicos.

O melhoramento genético clássico objetiva selecionar plantas cafeeiras que atendam simultaneamente aos diferentes segmentos da cadeia produtiva do café: agricultores, comerciantes ou exportadores, indústrias de transformação (torrefação, moagem, solubilização) e consumidores.

Para os agricultores, interessam plantas com elevado potencial de produtividade de grãos, uniformidade de maturação dos frutos, tamanho dos grãos, resistência a doenças, tolerância aos insetos-pragas e deficiência hídrica, adaptação a diferentes condições e níveis tecnológicos de cultivo. 

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