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Nova cultivar de milho tem maior teor de vitamina A

26 jun 2013 - 07h13
(atualizado às 07h13)
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Variedade de milho biofortificado é mais apropriada e competitiva em lavouras de agricultores familiares
Variedade de milho biofortificado é mais apropriada e competitiva em lavouras de agricultores familiares
Foto: Shutterstock

Um cereal com uma quantidade de vitamina A quatro vezes superior. Esse é o resultado de dez anos de pesquisas que culminaram com o lançamento da cultivar de milho biofortificado BRS 4104 pela Embrapa Milho e Sorgo, ocorrido em maio.

A pesquisa integrou dois projetos, o internacional HarvestPlus e o nacional Biofort. Ambos visam a melhorar a qualidade nutricional de alimentos pelo aumento da concentração dos micronutrientes (ferro, zinco e vitamina A) em culturas comumente plantadas e consumidas em comunidades carentes.

Conforme o pesquisador Paulo Evaristo de Oliveira Guimarães, da Embrapa Milho e Sogro, para a cultivar BRS 4104, ocorreu a seleção de melhores famílias de milho para obtenção de maiores teores de carotenoides (precursores de vitamina A) nos grãos, assim como para produtividade e outras características de interesse agronômico.

Mais de 200 amostras de milho do Brasil foram avaliadas quanto ao perfil de carotenoides. Destas, foram selecionadas seis linhagens que apresentaram teores de carotenoides pró-vitamina A acima de 6 ug/g (microgramas por grama). Por três gerações, essas linhagens foram cruzadas entre si. Assim, formou-se a variedade BRS 4104, que foi melhorada por duas gerações, com seleção das espigas das plantas mais produtivas e sadias que apresentaram grãos com maiores teores de pró-vitamina A.

Guimarães explica que, a partir do lançamento, sementes da variedade serão distribuídas e avaliadas em comunidades rurais e seus grãos serão utilizados em programas sociais, como o da merenda escolar. “A BRS 4104 continuará sendo melhorada, tanto para qualidade nutricional quanto para desempenho agronômico”, afirma.

Produtividade

Como qualquer variedade, a BRS 4104 produz menos do que os híbridos. Segundo o pesquisador, a cultivar é mais apropriada e competitiva em lavouras de agricultores familiares, os quais enfrentam condições de cultivo mais desfavoráveis e com baixa utilização de insumos.

Segundo Guimarães, os principais ganhos esperados são sociais, em razão da diminuição da desnutrição e da maior segurança alimentar para as pessoas que apresentem deficiência de vitamina A. “Espera-se que muitas comunidades plantem e utilizem essa cultivar”, diz.

A variedade deve ser cultivada conforme recomendações usuais para a cultura do milho, que variam de acordo com a região e o sistema de produção. Recomenda-se ainda um cuidado especial na pós-colheita: os grãos ou espigas dessa variedade devem ser secados e armazenados à sombra, pois, quanto maior a exposição de grãos de milho à luz do sol, maior será a degradação dos carotenoides.

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