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Integração pecuária-lavoura-floresta aumenta produtividade

17 mai 2013 - 07h19
(atualizado às 07h39)
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Muitos acreditam que pecuária de corte só funciona com desflorestamento. Mas isso não é verdade. Parte da estratégia brasileira de recuperar áreas desmatadas da Amazônia e diminuir as emissões de carbono se concentra justamente no incentivo à integração entre pecuária, lavoura e floresta.

Não há mistério na aplicação do sistema lavoura-pecuária-floresta, segundo Luiz Carlos Balbino, pesquisador da unidade de Cerrados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). O primeiro passo é escolher entre um dos quatro tipos principais de integração: lavoura e pecuária, pecuária e floresta, floresta e lavoura ou lavoura-pecuária-floresta, o sistema completo.

De acordo com Balbino, é necessário descobrir quais áreas da propriedade são aptas para uma das três atividades. Depois, há que se definir quais são as prioridades em termos de ganhos e em relação ao ambiente e à legislação. Finalmente, deve-se aplicar espaçadamente as três formas de produção, se esse for o objetivo final.

Planejamento

Assim, o sistema completo envolve planejamento maior. “Os produtores geralmente trabalham com uma coisa só: ou agricultura, ou pecuária. Ele precisa de uma mudança comportamental para administrar um sistema um pouco mais complexo. Temos que trabalhar com assistência técnica para melhorar a capacitação dos produtores, lentamente”, afirma Balbino em entrevista ao Terra.

Se o produtor já for agricultor de grãos, ele deve usar a braquiária do milho ou sorgo para alimentar o gado. Dessa forma, já começa a integrar e reduzir custos. Para envolver árvores, é preciso um pouco mais de paciência, afinal elas levam três anos para crescer.

Baixa produtividade 

Conforme dados da Embrapa, o País possui 170 milhões de hectares de área de pastagem, 80% dela com produtividade abaixo da capacidade. “O que não pode mais é diminuir a produtividade ou produzir ignorando as consequências para o ambiente”, adverte Balbino. “O Brasil está conseguindo mudar sua imagem com isso. Você desmata e acaba esgotando o solo, deixando a terra improdutiva. O mais importante é que o Brasil tem uma poupança de área para usar sem desmatar”. 

O sistema tem sido adotado em todo o Brasil, com maior representatividade nas regiões Centro-Oeste e Sul. Para fomentar a prática, a Embrapa fornece assistência técnica em parceria com entidades locais, como parte da Rede de Fomento da integração Lavoura-Pecuária-Floresta. 

Aproximadamente 1,6 a 2 milhões de hectares já utilizam os diferentes formatos da estratégia. Até 2020, o governo pretende que a integração seja adotada em 4 milhões de hectares.

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