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Forte concorrência reafirma tendência de alta do leite

16 mai 2013 - 07h07
(atualizado às 07h07)
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Litro do leite chega a R$ 2,50 em supermercados de Itapetininga (SP)
Litro do leite chega a R$ 2,50 em supermercados de Itapetininga (SP)
Foto: Shutterstock

Com captação reduzida, forte concorrência e a chegada da entressafra, preço do leite mantém perspectiva de elevação para os próximos meses. A tendência já era prevista: o preço do leite cresceu nos pagamentos referentes a abril, que são realizados em maio, e deve continuar em ascensão no Brasil. Pelo menos até julho, quando houver incremento da produção no Sul.

De outubro a março, os preços subiram 9,8% na média nacional. De março para abril, a alta foi de 0,6%. O maior reajuste foi nos preços captados em março (referentes a fevereiro): 2,4%.

Na última terça, no supermercado Bourbon, de Porto Alegre (RS), o leite integral Santa Clara foi encontrado por R$ 1,99. Em Itapetininga (SP), porém, nos dias anteriores, o litro do leite chegou a ser vendido a R$ 2,50 nas gôndolas. No município de Campinas, também no estado de São Paulo, o preço pago ao produtor atingiu R$ 1,14 em maio.

A principal explicação está na baixa captação, que apresenta queda desde dezembro. Trata-se de uma ocorrência normal para a época, devido à aproximação da entressafra. De fevereiro a março, houve redução de 4,61%, de acordo com o Índice de Captação de Leite do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da USP.

Conforme a analista Juliana Pila, da Scot Consultoria, a forte concorrência entre os laticínios remunera melhor o produtor e contribui para o aumento dos preços. “A captação já começou a cair por conta da entressafra. Há maior concorrência entre os laticínios, e começou a redução na captação. Vai continuar verificando alta no preço”, disse ao Terra.

Fraude

Em um cenário de alta demanda e baixa captação, a fraude do leite no Rio Grande do Sul é outro fator na conta. Nas últimas semanas, a Operação Leite Compen$ado, do Ministério Público, retirou de circulação 1,56 milhão de litros do produto adulterado no estado. Empresas transportadoras adicionavam ureia e formol ao líquido a fim de lucrar mais. Ao todo, desde o ano passado, estima-se que 100 milhões de litros de leite tenham sido contaminados. Mas, como a redução na oferta foi pequena em comparação com o volume total, não deve haver pressão adicional nos preços.

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