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Brasil pode recorrer à OMC contra protecionismo argentino

17 fev 2009 - 20h48
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Laryssa Borges

Direto de Brasília

O ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, afirmou nesta terça-feira que o Brasil está disposto eventualmente a recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra possíveis medidas protecionistas adotadas por países vizinhos, como a Argentina.

A reunião entre representantes brasileiros e argentinos tenta destravar o impasse em torno da iniciativa do país vizinho em adotar crescentes medidas para dificultar a entrada de produtos brasileiros.

"Estaremos dispostos a reclamar na OMC e em qualquer outro organismo. Acho que todos os países que defendem o livre comércio devem estar preparados para reclamar", disse o ministro após almoço em homenagem ao presidente da Colômbia, Álvaro Uribe.

Questionado, Jorge minimizou uma eventual rivalidade que existiria entre Brasil e Argentina e afirmou que alguns países pensam que, para se fortalecer diante da crise financeira mundial, devem adotar medidas protecionistas.

"É um erro. Não há necessidade de pânico nesse tipo de medida, mas ela não ajuda não, atrapalha. Prejudica mais ainda os países que supostamente estariam se beneficiando disso porque essas medidas certamente serão seguidas por retaliações dos outros países. (Se todo mundo retaliar) Vamos virar guerra comercial. O mundo já avançou muito para que a gente agora, a partir de uma crise financeira que não é a primeira que o mundo experimentou, viva uma guerra comercial desenfreada", opinou o ministro.

"A Argentina sabe que faz parte do Mercosul. É uma boa parceira. Temos um fluxo de comércio com a Argentina enorme, de US$ 300 bilhões entre os dois países. É uma grande parceira comercial. Rivalidade acho que só no campo de futebol. É histórico isso. Não tem canelada nem chute na medalhinha. Só no futebol tem isso. Nas relações comerciais é tudo tranqüilo", completou ele.

Jorge evitou polemizar declarações do presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, que na última semana defendeu restrições à compra de produtos argentinos, uma vez que o país vizinho estaria criando entraves para a importação de itens brasileiros de linha branca, calçados, têxteis e outros.

"Não sei se a Fiesp está interessada em uma briga. A Fiesp organizou no passado a maior missão empresarial à Argentina de que nós temos notícia. A maioria dos empresários que fazem parte da Fiesp não querem uma guerra contra a Argentina", observou o ministro.

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Fonte: Invertia Invertia
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