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Brasil está preparado para instabilidades externas, diz Levy

25 ago 2015 - 11h55
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Ajuste fiscal de Dilma e Levy é apontado como ponto de ruptura entre esquerda e governo
Ajuste fiscal de Dilma e Levy é apontado como ponto de ruptura entre esquerda e governo
Foto: Ag. Brasil)

A turbulência nos mercados financeiros globais provocada pela economia chinesa não deve ser confundida com um problema permanente da economia brasileira, disse hoje (24) o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, em entrevista na embaixada brasileira em Washington. Acrescentou que o Brasil sabe que pode haver essa volatilidade, está preparado para enfrentar instabilidades externas e “estamos ajustando a economia para uma nova realidade”.  

Na entrevista, cujo áudio foi fornecido à imprensa pelo Ministério da Fazenda, o ministro reiterou que o país tem vantagens naturais que permitem suportar momentos desfavoráveis: “O Brasil é uma economia bastante diversificada, tem independência energética e inúmeras coisas a favor dela. É uma economia que também consegue se dar bem, mesmo num cenário global mais adverso”, declarou. “É o momento de continuar trabalhando para ter um Brasil preparado e firme para superar isso e voltar a crescer. Acho que não vai haver depressão nos mercados globais”.

Sobre a reforma administrativa para reduzir o número de ministérios de 39 para 29, anunciada nesta segunda-feira, em Brasília, pelo ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Nelson Barbosa, Levy disse que a medida é estrutural, tornará o governo mais eficiente e ajudará no ajuste fiscal.

“Acho que é um começo, uma indicação superimportante de que a gente tem um trabalho de melhoria de funcionamento da maquina do governo”, ressaltou. Sem dar estimativas, ele disse que a economia será significativa e de efeito imediato. Levy esclareceu que a viagem aos Estados Unidos teve motivos pessoais e informou que continua trabalhando na elaboração do projeto de lei do Orçamento Geral da União de 2016, que será enviado ao Congresso Nacional na próxima segunda-feira (31).

"A presidente Dilma teve a gentileza de me permitir vir até aqui passar dois dias com minha família. Minhas filhas moram aqui, e tem uma que vai passar um ano na China. Vim me despedir dela, dar um pouquinho de carinho. A gente também é pai”, explicou.

Sobre a preparação do orçamento, o ministro disse que continua em contato com a equipe econômica e com o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa. Ele evitou responder se o projeto prevê aumento de tributos. Apenas disse que o equilíbrio fiscal deve ser preservado.

Levy explicou que o governo tem uma meta de superávit (primário), tem despesas obrigatórias, e  precisa ter cobertura adequada. Por isso, tem que “fazer uma equação que consiga disciplina nas despesas para minimizar os impostos necessários, mas tem de olhar as coisas com muita transparência e visando a ter uma economia robusta”.

Em relação à saída do vice-presidente Michel Temer do dia a dia da articulação política, Levy negou divergência em relação ao corte de gastos. Segundo o ministro da Fazenda, Temer tem feito um trabalho extraordinário: “Acredito que ele vai continuar fazendo um trabalho extraordinário, até pela experiência e pela temperança dele”.

Agência Brasil Agência Brasil
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