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Bovespa cai 3,2% por chance maior de reeleição de Dilma

Ibovespa encerrou a sessão desta quinta-feira no menor patamar desde 15 de abril

23 out 2014 - 18h27
(atualizado às 18h39)
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<p>Ações da Petrobras também reverteram os ganhos em 2014 e terminaram negociadas nos níveis de abril</p>
Ações da Petrobras também reverteram os ganhos em 2014 e terminaram negociadas nos níveis de abril
Foto: Paulo Whitaker / Reuters

O principal índice da Bovespa fechou em forte queda nesta quinta-feira, na mínima em seis meses, em meio a especulações de que pesquisas previstas para o dia mostrariam maior vantagem da presidente Dilma Rousseff (PT) sobre Aécio Neves (PSDB) na corrida presidencial.

Logo após o fechamento, Datafolha e Ibope revelaram que Dilma assumiu a dianteira na disputa, para além da margem de erro, confirmando os rumores que pressionaram os negócios ao longo de toda a sessão e que fizeram o pregão local se descolar de Wall Street e ofuscar o noticiário corporativo intenso.

O Ibovespa terminou em baixa de 3,24%, a 50.713 pontos, menor patamar desde 15 de abril, fazendo o desempenho no ano ficar negativo em 1,54%. Até a véspera, o acumulado em 2014 estava positivo em 1,75%. O volume financeiro na sessão somou R$ 11,3 bilhões.

"O mercado antecipou-se e diminuiu posições esperando as pesquisas, diante das especulações de que os números mostrariam Dilma na frente fora da margem de erro", disse o analista Ricardo Kim, da XP Investimentos.

No Datafolha, Dilma passou a 53% (ante 52% no levantamento anterior), enquanto Aécio foi a 47% (ante 48%) dos votos válidos. Já o Ibope mostrou Dilma com 54% (ante 49%), enquanto Aécio foi a 46% (ante 51%).

As ações da Petrobras também reverteram os ganhos em 2014 e terminaram negociadas nos níveis de abril, enquanto o papel do Banco do Brasil , que respondeu pela maior queda percentual do índice nesta sessão, com recuo de 9%, ainda tem alta acumulada no ano de 7,65%.

Operadores e analistas têm manifestado insatisfação com as diretrizes econômicas do atual governo, e veem a reeleição de Dilma como continuidade dessas políticas.

Depois de acumular alta de mais de 7% no mês até a semana passada, o índice está agora negativo em 6,3% em outubro.

A forte valorização do dólar sobre o real, que fechou na maior cotação em mais de 9 anos, também por expectativas relacionadas à eleição, respingou na bolsa e amparou os ganhos de papéis de empresas exportadoras, como Fibria, Suzano e Braskem, além de siderúrgicas.

O quadro eleitoral tirou o foco do noticiário corporativo recheado, que incluiu dados de produção recorde da Vale no terceiro trimestre, com 85,7 milhões de toneladas de minério de ferro, excluindo o volume atribuível à Samarco.

Os papéis da Gol recuavam 6,5%, após a empresa aérea divulgar aumento na receita por passageiro no terceiro trimestre, mas "leve queda" no yield, indicador de preços de passagens aéreas. O Itaú BBA disse que os números ficaram abaixo das suas expectativas. O dólar em alta foi mais um componente de pressão negativa.

A safra de balanços destacou os resultados do setor de varejo, com a Cia Hering e a Natura, que divulgaram seus números na quarta-feira. Depois do fechamento, a Lojas Renner divulgou alta de 16,4% no lucro líquido do terceiro trimestre.

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