Bovespa fecha em queda de 2,5%; Petrobras cai 5%
Mesmo com alta do petróleo, ações da estatal tiveram forte baixa em razão da não divulgação das baixas contábeis
O tom negativo prevaleceu na Bovespa nesta quinta-feira (26), com Petrobras entre as principais pressões de baixa, corrigindo forte alta da véspera, em meio à cautela antes do término da reunião do Conselho de Administração da estatal.
Nem mesmo alta de mais de 4% do petróleo nos mercados internacionais freou a queda de 5% dos papéis da companhia, o que acabou pesando no Ibovespa.
O Ibovespa, principal índice da bolsa paulista, fechou em queda de 2,47%, a 50.579 pontos. O volume financeiro da sessão somou R$ 6,5 bilhões.
Na véspera, os papéis da Petrobras subiram cerca de 5%, com expectativas relacionadas à divulgação do balanço auditado, após reportagem na mídia afirmar que órgãos reguladores haviam aprovado o método de avaliação das baixas contábeis. Nesta quinta-feira, a estatal negou tal informação.
O quadro externo também pressionou a Bovespa, com o ataque da Arábia Saudita ao Iêmen amparando realização de lucros nos pregões europeus e a queda em Wall Street.
A redução das perdas no final do dia no S&P 500, que fechou com declínio de apenas 0,24%, porém, não foi acompanhada pela bolsa paulista.
"Ontem, nós fomos na contramão dos mercados globais e hoje está ajustando", afirmou o gerente de renda variável da Fator Corretora, Frederico Lukaisus.
"O quadro geral não mudou muito, contudo, com vários dados ainda corroborando a tese de aumento de juros nos Estados Unidos, enquanto aqui no Brasil o noticiário da Petrobras ainda adiciona incertezas", disse o profissional.
A queda de 6,2% na ação da empresa de educação Kroton também pesou no índice, após o ministro interino da Educação, Luiz Cláudio Costa, dizer que o governo não garante que o Fies disponibilizará novas vagas no segundo semestre do ano.
As ações da Estácio, por sua vez, reverteram as perdas iniciais e fecharam em alta de 0,94%.
A sessão também foi marcada por noticiário corporativo intenso. Os papéis da Telefônica Brasil recuaram mais de 3,5%, após aprovação de oferta pública primária de ações no valor de ao menos R$ 15,8 bilhões, que será utilizado em grande parte para a compra da GVT.
As preferenciais da Oi recuaram quase 5%, após a operadora de telefonia ter proposto à Telemar a conversão de ações preferenciais em ordinárias para lidar com atraso em migração ao Novo Mercado. Os papéis ordinários, que não fazem parte do Ibovespa, despencaram 7,95%.
BR Properties avançou 2,69%, figurando entre as poucas altas do índice, após a norte-americana Eminence Capital informar ter ampliado a participação no capital da empresa de investimentos em imóveis comerciais.
Em nota a clientes, o Credit Suisse avaliou o movimento da Eminence como uma indicação clara da intenção do fundo de ter algo a dizer sobre o preço e os termos da oferta pública de aquisição (OPA) do BTG Pactual e da Brookfield Property pela BR Properties.