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Bovespa fecha em queda de 1,86% por apreensão com Grécia

De acordo com analistas, há grandes chances de Atenas dar calote na dívida do FMI

29 jun 2015 - 19h37
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Logo da BM&FBovespa, em São Paulo. 07/10/2013
Logo da BM&FBovespa, em São Paulo. 07/10/2013
Foto: Nacho Doce / Reuters

A Bovespa fechou a segunda-feira (29) em queda, em sessão marcada pela repercussão ao novo Plano de Negócios e Gestão da Petrobras e nervosismo nas bolsas globais após a Grécia fechar seu sistema bancário e adotar controles de capital após fracasso nas negociações com os credores.

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O Ibovespa caiu 1,86%, a 53.014 pontos. O volume financeiro somou R$5 bilhões, novamente abaixo da média do ano, de quase R$7 bilhões.

Mercados globais reagiram desde cedo com nervosismo ao fechamento de bancos na Grécia, em meio à deterioração nas negociações com credores, após Atenas convocar referendo para o domingo sobre o acordo de reformas em troca de dinheiro.

Em Wall Street, o S&P 500 caiu 2,09%

Segundo o analista Marco Aurélio Barbosa, da CM Capital Markets, a percepção no mercado é de que há grandes chances de Atenas dar calote na parcela da dívida do Fundo Monetário que vence na terça-fera (30) e muitos veem nesse default a senha para a saída dos gregos da zona do euro.

O profissional disse em nota a clientes que a reação negativa nos mercados está atrelada à "elevação do risco sistêmico" que o evento pode representar.

O pessimismo com a Grécia ofuscou a decisão do banco central chinês de cortar juros pela quarta vez desde novembro e diminuir a quantia de dinheiro que alguns bancos precisam reter em espécie, num esforço para impulsionar a economia.

Saiba como manter o sangue frio nos investimentos das ações:

Destaques

Petrobras teve queda de mais de 4% nas ordinárias e de 3,48% nas preferenciais, após ter chegado a subir quase 3%, na esteira do anúncio do Plano de Negócios e Gestão 2015/19 e expectativa do detalhamento do mesmo previsto para a partir das 18h, particularmente informações sobre emissões de ações. "Algumas coisas são mais fáceis de dizer do que fazer, ou seja, a paridade de preços e o grande plano de desinvestimento, que pode ser difícil de alcançar se a sociedade não aceitar vender o controle de alguns ativos. Mas a mensagem é tão boa e realista quanto se pode alcançar", disse o analista do BTG Pactual Antonio Junqueira em nota a clientes.

Bradesco e Itaú Unibanco caíram 2,2% e 1,27%, respectivamente.

Vale teve queda de 2,69% nas preferenciais, seguindo a queda do minério de ferro no mercado à vista da China, apesar de medidas para minimizar a desaceleração da economia. O JPMorgan elevou o preço-alvo do ADR (recibo da ação nos EUA) da Vale de U$7 para U$7,50 no caso das ONs e de U$6,50 para U$7  no das preferenciais, mas previu que os preços do minério ficarão pressionados no segundo semestre, assim como os preços de níquel, o que deve manter o fluxo de caixa livre da Vale sob pressão nos próximos dois anos. Isso e o nível de preço das ações mantém a recomendação "neutra" do banco para a empresa, apesar de os analistas acreditarem na adequação dos investimentos e capacidade da direção de guiar a empresa nos próximos trimestres.

Ambev recuou 0,94%. O Credit Suisse elevou o preço-alvo do papel de R$17,50 para R$19, mas manteve a recomendação "neutra". O analista Antonio Gonzalez acredita que a ação já está bem precificada. Entre os pontos negativos para 2016, citou que as margens podem começar a se deteriorar, assim como os investimentos de marketing e pressão nos custos devem continuar. O Credit Suisse também avaliou que um eventual fim do mecanismo de Juros sobre Capital Próprio é um importante risco para a companhia.

Kroton Educacional e Estácio Participações recuaram ao redor de 4%, conforme investidores seguiram analisando as últimas modificações no programa de financiamento estudantil Fies.

CSN também figurou entre as maiores perdas, com queda de 4,32%. O Ministério Público Federal (MPF) em Volta Redonda (RJ) propôs ação civil pública para suspender a licença para atividades da Usina Presidente Vargas, que pertence à companhia.

Telefônica Brasil caiu 3,17%, após avançar quase 6% nos três pregões anteriores, em sessão ruim do setor de telecomunicações, por realização de lucro. Oi caiu 4,82% e TIM Participações perdeu 4,30%.

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