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Bovespa cai 1% com dados econômicos; Braskem desaba 10%

Prisão de executivos da Odebrecht contribuiu para o recuo do Ibovespa

19 jun 2015 - 18h40
(atualizado às 18h43)
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Prisão dos presidentes da Odebrecht influenciou a piora na bolsa
Prisão dos presidentes da Odebrecht influenciou a piora na bolsa
Foto: Nacho Doce / Reuters

O principal índice da Bovespa fechou no vermelho nesta sexta-feira (19), em meio a dados econômicos domésticos negativos e perdas em Wall Street, e com Braskem despencando mais de 10% após prisão de executivos da controladora Odebrecht, em nova fase da operação Lava Jato.

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O Ibovespa caiu 0,9%, a 53.749 pontos. O giro financeiro do pregão ficou abaixo das médias do mês e do ano, a R$5,7 bilhões. Na semana, o índice acumulou ganho de 0,75%.

A economia brasileira iniciou o segundo trimestre com contração maior que a esperada, de acordo com o índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB).

O indicador recuou 0,84% em abril sobre março, ante expectativa de queda de 0,4% pela mediana de pesquisa Reuters.

A prévia da inflação oficial brasileira, por sua vez, acelerou ainda mais em junho, para 0,99%, maior taxa para o mês em quase duas décadas, pressionada pelos preços de alimentos e despesas pessoais.

No acumulado em 12 meses, o IPCA-15 alcançou 8,80% - a maior alta desde dezembro de 2003, de acordo com o IBGE.

Dados do Ministério do Trabalho ainda mostraram que o país perdeu 115.599 vagas formais de trabalho em maio, muito acima do fechamento de 38 mil postos no mês estimado em pesquisa da Reuters.

“Tanto o IBC-Br quanto o Caged (trabalho) mostraram que a atividade econômica está passando por rápido encolhimento. A pergunta fundamental é quando esse processo reverterá. Minha percepção é que ainda teremos alguns trimestres ruins pela frente.”, disse o economista Samuel Kinoshita, sócio na MVP Capital Gestão de Recursos.

A prisão pela Polícia Federal dos presidentes da Odebrecht, maior grupo de construção e engenharia da América Latina, e da Andrade Gutierrez, segunda maior construtura do país, em nova etapa da operação Lava Jato, também contribuiu para o recuo do Ibovespa.

"A piora na bolsa teve a ver com dados econômicos ruins e os efeitos das prisões dos maiores empreiteiros do Brasil, jogando mais lenha na fogueira da recessão", disse o gestor Joaquim Kokudai, sócio na JPP Capital Gestão de Recursos.

Em Wall Street, os principais índices fecharam em queda nesta sexta-feira, em sessão com vencimento de opções e agentes financeiros cautelosos antes de uma cúpula na próxima semana para decidir o destino da Grécia.

Produtores sofrem alta e conta no supermercado está mais cara:

Destaques

BRASKEM desabou 10,4%, fechando na mínima do dia, após a Polícia Federal prender o presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, em nova fase da operação que investiga esquema bilionário de corrupção envolvendo a Petrobras. Foram detidas 12 pessoas, incluindo também Otávio Marques Azevedo, presidente da Andrade Gutierrez.

PETROBRAS fechou em queda de cerca de 2%, diante da expectativa de potenciais efeitos da nova fase da operação Lava Jato. O movimento das ações acompanhou o declínio nos preços do petróleo no mercado internacional. Declaração de uma fonte da estatal à Reuters de que o momento de crise econômica no país dificulta um eventual reajuste no preço do produto também esteve no radar.

ITAÚ UNIBANCO e BRADESCO devolveram parte do avanço da véspera e recuaram 1,12% e 1,95%, respectivamente, pressionando o índice dada a relevante fatia de detêm na composição do mesmo. As ações dos dois maiores bancos privados do país também foram contaminadas pelo noticiário ligado à Lava Jato, em meio a perspectivas desfavoráveis para as empreiteiras do país.

ESTÁCIO e KROTON caíram 3,58% e 2,09%, respectivamente, em meio a movimentos de realização de lucros após ganhos expressivos no mês do setor de educação.

TIM PARTICIPAÇÕES caiu 1,04%, após forte ganho na véspera, com o presidente do Conselho da Telecom Italia afirmando que não houve contatos com o empresário francês Vincent Bollore, cujo grupo de mídia Vivendi está perto de se tornar o maior acionista da empresa italiana de telefonia. Na véspera, o papel subiu com notícia de que a Vivendi seria favorável à exploração da venda da TIM pela Telecom Italia.

OI fechou com as preferenciais em alta de 5,02%, ampliando os ganhos no final do pregão, conforme os papéis seguem sensíveis a especulações ligadas à atividade de fusão e aquisição no setor.

CYRELA encerrou com elevação de 2,88%, após abrir novo programa de recompra de até 20 milhões de ações, destoando de outros papéis do segmento, com o índice do setor imobiliário caindo 0,65%.

SUZANO PAPEL E CELULOSE também foi destaque positivo, com alta de 3,50%, em meio ao avanço de mais de 1% do dólar ante o real, em dia de ganhos do setor de papel e celulose como todo na Bovespa.

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