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Bolsas despencam na China e dólar abre 2016 acima dos R$ 4

Dólar abre ano acima de R$ 4; Ibovespa Futuro opera em baixa

4 jan 2016 - 10h27
(atualizado às 10h43)
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Foto: Flickr/rychlepozicky.com / O Financista

O tom pessimista dos investidores internacionais deve prejudicar o mercado brasileiro no primeiro dia de operações em 2016. As bolsas asiáticas despencaram após números indicarem a fraqueza da atividade industrial na China e diante da queda do yuan. São fatores que elevam as preocupações sobre as dificuldades da economia chinesa. No mercado de câmbio, o dólar à vista tinha alta de 1,59% às 9h11, para R$ 4,0220.

O índice de Xangai caiu mais de 7%, com acionamento do "circuit breaker" no pregão no primeiro dia em que o mecanismo de suspensão de operações foi colocado em prática. A derrocada asiática é acompanhada pelos índices europeus de ações e tendem a contagiar o comportamento dos ativos brasileiros, com Bolsa em queda e dólar em alta.

As bolsas chinesas de Xangai e Shenzhen encerraram o funcionamento até o fim do dia, depois de cair 7%, de acordo com um novo mecanismo que entrou hoje (4) em vigor, para reduzir a volatilidade. Segundo a agência oficial chinesa Xinhua, é o nível mais baixo desde maio de 2011. 

A queda do yuan em relação ao dólar faz com que as exportações sejam mais baratas para o mercado norte-americano, enquanto a importação de bens e produtos daquele país fica mais cara para o consumidor chinês.

A queda do índice CSI300, que abrange as 300 principais empresas cotadas, ativou pela primeira vez o encerramento antecipado das negociações, em consequência das novas regras regulatórias. As negociações já tinham sido interrompidas por 15 minutos, sem que a medida conseguisse conter a queda.

Os novos mecanismos pretendem impedir fortes quedas nas bolsas de Xangai e Shenzhen e evitar baixas como as do verão passado. As novas regras da Comissão Reguladora do Mercado de Valores da China aumentam as restrições às flutuações diárias que se verificam nos mercados chineses, prevendo, por exemplo, a suspensão das bolsas por 15 minutos se forem registrados ganhos ou perdas com variação de 5%.

Foto: Fernanda Carvalho/Fotos Públicas / O Financista

Se a queda ou aumento, apesar da pausa, chegar aos 7%, ou aos 5% na última meia hora da sessão da tarde, o encerramento ocorrerá automaticamente. Xangai e Shenzhen estão entre as bolsas mais voláteis do mundo, já que são especialmente vulneráveis a rumores que causam o pânico nos 90 milhões de acionistas, muitos deles investidores individuais sem formação financeira.

No verão passado, as bolsas chinesas registaram quedas diárias acima dos 7% e 8%. O índice de referência do país, o de Xangai, chegou a cair 8,49% em um só dia, 24 de agosto, o pior desde fevereiro de 2007.

Negociado na BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros), o índice Ibovespa Futuro, que reúne expectativas para o comportamento futuro do Ibovespa, opera em baixa nesta segunda-feira (4). O mercado reflete o pessimismo internacional enquanto aguarda novidades do cenário político. Os agentes assimilam as declarações do ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, que disse que o momento é de modular o ajuste fiscal em prol de uma agenda de desenvolvimento.

Além disso, o relatório Focus, do Banco Central, aponta projeção de que o PIB (Produto Interno Bruto) tenha retração de 2,95% em 2016, ante estimativa anterior de recuo de 2,81%.

Por volta de 9h11 (horário de Brasília), o Ibovespa Futuro operava com desvalorização de 1,95%, sinalizando uma abertura negativa do principal índice de ações do Brasil.

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