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Bancos serão maior setor do novo Ibovespa

MERCADOS - Câmbio

26 set 2013 - 09h29
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A nova estrutura do Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), vai mudar a composição setorial do índice, com bancos tomando a primeira posição do setor de petróleo, enquanto os setores siderúrgico e de construção perderão peso. A nova composição começa a valer no ano que vem,

A partir de maio, quando começa a valer plenamente a nova estrutura do principal índice acionário brasileiro, o setor de bancos deve passar da posição atual de 15% para 20% a 25% da carteira, segundo simulações feitas pelo BB Investimentos e pela gestora Quantitas Asset Management.

Os dados consideram números atuais e devem mudar até maio, conforme o desempenho da cotação dos papéis de cada empresa. "Por terem capitalização grande e liquidez boa, os bancos vão ganhar muito peso", afirmou Marcos Fritzen, sócio da Quantitas.

Juntos, os quatro maiores bancos listados em bolsa - Bradesco, Itaú Unibanco, Banco do Brasil e Santander - têm valor de mercado conjunto de cerca R$ 430 bilhões, enquanto as blue chips Vale e Petrobras têm valor de mercado de R$ 186 bilhões e R$ 238 bilhões, respectivamente.

O aumento da participação se deve principalmente à inclusão na estrutura do Ibovespa do valor de mercado do capital das empresas em circulação, diferente do modelo atual, que dá mais peso à liquidez dos papéis.

Pelo mesmo motivo, o setor de consumo ganhará maior destaque, ampliando o peso de 8% para uma faixa de 10% a 13%. No movimento oposto, o setor de construção passará a representar apenas cerca de 2,5% a 3% do índice, ante fatia atual de 10%, segundo as projeções.

As empresas de siderurgia devem passar de 7% para 3%, enquanto o setor de petróleo e petroquímica ficará praticamente estável, entre 16% a 17%. As alterações no principal índice do mercado acionário brasileiro começam a valer parcialmente em janeiro e a mudança completa valerá apenas a partir de maio.

Segundo o analista do BB Investimentos Hamilton Moreira Alves, a mudança pode gerar maior movimentação de opções de ações de outras empresas, além das tradicionais Petrobras e Vale. "Agora para fazer um rali na Bovespa vai ser preciso um poderio muito maior", disse.

A alteração na metodologia do índice vai praticamente eliminar as diferenças entre o Ibovespa e os índices IBrX e IBrX50, considerados melhores referências do mercado brasileiro, já que não levam tanto em conta a liquidez das ações, disse o sócio da Cultinvest Asset Management, Walter Mendes. "As mudanças vão deixar o índice mais realista e menos volátil do que é hoje, o que dará menos margem para a especulação", afirmou Mendes.

Também haveria uma aproximação com o índice MSCI Brazil, referência para investidores estrangeiros. "Hoje o estrangeiro vê o Ibovespa flutuando com algumas ações e não gosta disso. Para ele o mercado não flutua tanto quanto para a gente."

Papéis que entram

As mudanças nos critérios de ponderação também vão provocar entradas e saídas de alguns papéis do índice. Segundo a Quantitas, entre as possíveis entradas estão BB Seguridade, Qualicorp, Arteris, Estácio Participações, Ecorodovias, Even, Tractebel Energia, HRT, Raia Drogasil, a preferencial da Ambev, Odontoprev, Multiplan, Multiplus e Marcopolo.

Já as saídas podem incluir OGX, Vanguarda Agro e o papel ordinário da Usiminas. A saída da petroleira OGX é um dos movimentos mais aguardados pelo mercado, pois apesar de seu baixo valor nominal, seu peso no índice é expressivo porque o papel é muito negociado. Atualmente, o papel é cotado a cerca de R$ 0,40.

Durante o início da crise vivida pelo grupo EBX de Eike Batista, a ação da petroleira foi a principal responsável pelo descolamento do índice Ibovespa em relação ao IBrX50, segundo o analista Ulisses Baptista da BI&P Corretora.

"Para o mercado é ótimo que não ocorra novamente um episódio como o da OGX", disse, referindo-se ao piso de R$ 1 por ação estipulado pela bolsa para a nova composição do índice. "Você tem um índice um pouco mais competitivo, mais difícil de bater por ter um critério mais ligado à realidade. Não vai ter, por exemplo, a OGX ganhando espaço com o aumento da negociação", afirmou o gestor Frederico Mesnik, da Humaitá Investimentos.

Fonte: Reuters News
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