Bancos puxam alta de 1% da Bovespa na sexta-feira
O Ibovespa avançou 1,10%, a 51.992 pontos. Na semana, porém, acumulou perda de 4,89%
A Bovespa fechou a sexta-feira no azul, amparada principalmente na recuperação de ações do setor bancário, tendo o quadro externo positivo como pano de fundo.
O principal índice da bolsa, contudo, teve o pior desempenho semanal desde o final de outubro e o volume financeiro do pregão foi novamente fraco. O Ibovespa avançou 1,10%, a 51.992 pontos. Na semana, porém, acumulou perda de 4,89%.
O volume financeiro da sessão somou R$ 4,5 bilhões, abaixo da média diária do ano, de cerca de R$ 7 bilhões.
Itaú subiu 1,9% e Bradesco valorizou-se 2,2%, reduzindo parte das perdas da semana, que até a véspera somavam 5,8% e 7,3%, respectivamente, após especulações sobre eventuais medidas tributárias pressionarem os papéis nos primeiros pregões do mês.
Entendendo a nova economia do Brasil
O banco Merrill Lynch avalia que, apesar do risco de uma maior tributação ter efeito recessivo ou impacto negativo no resultado das empresas, no quadro geral pode ser positivo.
"Se combinado com gastos menores, tributação mais elevada pode implicar em um plano fiscal mais crível e, assim, múltiplos mais elevados", escreveram os estrategistas Felipe Hirai e Ligia Araujo, em relatório enviado a clientes.
O chefe da mesa de renda variável da corretora de um banco em São Paulo, que pediu para não ter o nome citado, disse que "o mercado ainda está tentando entender qual será a postura do novo ministro da Fazenda".
A nova equipe, liderada por Joaquim Levy no Ministério da Fazenda, deve tomar posse na próxima semana, disse uma fonte do governo à Reuters na quinta-feira.
Sobe do pregão
Os papéis do setor financeiro local acompanharam o movimento de seus pares em Wall Street, que lideravam os ganhos do norte-americano S&P 500, após dados sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos alimentarem apostas de uma alta mais cedo dos juros pelo Federal Reserve.
Entre as blue chips da bolsa, Petrobras reverteu perdas iniciais, apesar de nova queda do petróleo no mercado externo, enquanto Vale ampliou os ganhos à tarde, em sessão com novo encontro da empresa com investidores, mas desta vez em Londres. Na mínima do dia, o papel preferencial da mineradora recuou a R$ 18,23, menor patamar desde 2 de janeiro de 2009.
A mineradora também disse pela manhã que negocia com "um potencial investidor" uma parcela de seus ativos de mina e logística de carvão em Moçambique. A queda dos preços do petróleo sustentou nova alta de Gol, que se beneficia do efeito do declínio na commodity nos custos do querosene de aviação.
Usiminas também estendeu a valorização da véspera, quando a Anfavea revelou que os produtores de aço do Brasil estão notificando fabricantes de autopeças do país sobre reajustes de preços da liga.
As ações ON, que não estão no Ibovespa, subiram 16,7%, em meio à briga entre a Nippon Steel e a Ternium pelo controle da siderúrgica. Recentemente a Ternium comprou a totalidade da fatia da Previ na companhia pagando um prêmio superior a 80%, em uma atitude que foi interpretada por muitos analistas como a ruptura do acordo de controle entre os dois maiores acionistas da Usiminas.
As quedas da Bolsa
Eletrobras apareceu entre as maiores quedas, um dia após a Standard & Poor's alterar a nota de crédito individual da empresa (stand-alone credit profile) de "bb" para "bb-", embora tenha mantido o rating de emissor.
Oi encerrou estável após notícia de que o Conselho de Administração da operadora deve aprovar ainda nesta sexta-feira a venda das operações portuguesas para a Altice, embora o negócio de R$ 7,4 bilhões ainda dependa do apoio dos acionistas da Portugal Telecom.
Para a equipe do BofA ML, se a Oi vender os ativos portugueses deve fazer uma oferta de compra da TIM com um pré-acordo para vender parte dos ativos adquiridos para América Móvil e Telefónica.
Os papéis da TIM avançaram 3,5%, entre as maiores altas do índice.