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Banco é condenado por enviar cartão homofóbico a cliente

Cliente recebeu o cartão com os dizeres “Folote do Inferno” no lugar do nome

1 set 2014 - 14h02
(atualizado em 2/9/2014 às 08h52)
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<p>Banco terá de pagar R$ 27 mil ao cliente</p>
Banco terá de pagar R$ 27 mil ao cliente
Foto: Sergio Moraes / Reuters

O banco Itaucard foi condenado a pagar uma indenização de R$ 27.120 por danos morais a um cliente que recebeu o cartão com o nome substituído por xingamentos homofóbicos, segundo informações divulgadas pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás. De acordo com a Justiça, o cliente recebeu o cartão com os dizeres “Folote do Inferno” no lugar do nome.

A palavra “folote” significa largo e frouxo no dicionário formal, mas no informal tem conotação sexual, segundo o Tribunal. A juíza Luciana de Araújo Camapum, responsável pelo caso, considerou que os dizeres do cartão tinham cunho sexual.

“No meu entender, o termo somado a ‘do inferno’ e à condição sexual do autor caracteriza ato homofóbico, que deve ser veementemente combatido, diante da torpeza, da insensibilidade, do preconceito e do descaso da empresa com o cliente. Foi uma atitude vil e criminosa, que merece reprimenda proporcional e severa”, afirmou, em nota.

Segundo a Justiça, o cliente também foi alvo constante de piadas e deboches ao ligar na central de atendimento da instituição. “Por sua voz afeminada, mesmo com o nome masculino no sistema, ele foi chamado várias vezes como ‘senhora’. É, sem dúvidas, uma forma de humilhação”, completou.

Além disso, o cliente alegou, em audiência, que se sentiu constrangido com a correspondência, já que ele mora com familiares e outros poderiam ter visto o envelope endereçado com o termo em vez de seu nome.

Durante a audiência, o banco Itaucard não contestou os fatos e limitou-se a apresentar uma proposta de acordo, no valor de R$ 600, que não foi acatada pelo autor.

Em contato com o Terra, o banco afirmou que "lamenta profundamente o ocorrido e informa que adotou medidas necessárias para evitar que fatos como esse se repitam".

Fonte: Terra
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