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Banco central da China corta juros para impulsionar economia

Decisão acontece após dados apontarem que o país terá seu crescimento anual mais lento em quase 25 anos

21 nov 2014 - 14h54
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<p>Bandeira da China hasteada em frente à sede do banco central do país, em Pequim</p>
Bandeira da China hasteada em frente à sede do banco central do país, em Pequim
Foto: Petar Kujundzic / Reuters

A China, inesperadamente, cortou as taxas básicas de juros nesta sexta-feira, intensificando os esforços para apoiar a segunda maior economia do mundo, que caminha para seu crescimento anual mais lento em quase 25 anos.

O corte, o primeiro em mais de dois anos, surge em um momento em que a atividade industrial caiu em estagnação e o mercado imobiliário, há muito um pilar de crescimento, permanece fraco, pressionando a atividade econômica e reduzindo a demanda agregada.

"Vem logo após os dados decepcionantes do PMI da China mostrando que a atividade industrial está ficando perigosamente perto da contração", disse o chefe de análise de mercado do IG, Alexandre Baradez.

"O banco central da China está seguindo do caminho do Fed (Federal Reserve), do BCE (Banco Central Europeu) e do BoJ (banco central do Japão). Os bancos centrais estão realmente direcionando os mercados", disse.

Algumas semanas atrás, o presidente chinês Xi Jinping havia garantido a líderes empresariais de todo o mundo que o risco enfrentado pela economia da China não é "tão assustador" e que o governo estava confiante de que poderia controlar os perigos.

O banco central chinês informou que cortou a taxa de juros de um ano para empréstimos em 0,40 ponto percentual, para 5,6%. A taxa de depósito de um ano teve uma redução menor, de 0,25 ponto percentual, informou o banco, acrescentando que as reduções entrarão em vigor no sábado.

Limitando o impacto

O banco central também tomou medidas para liberar as taxas de depósito, permitindo que bancos paguem aos depositantes 1,2 vez a taxa de referência, acima de 1,1 vez anteriormente.

"Eles estão cortando os juros e liberando as taxas ao mesmo tempo para que os estímulos não sejam tão nocivos", disse o economista da Shenyin e Wanguo Securities, Li Huiyong.

Muitos analistas esperavam que o banco central mantivesse a taxa de juros por ora, uma vez que as autoridades vinham optando por medidas como mais gastos públicos, enquanto tentam balancear a necessidade de reformas na economia.

Autoridades chinesas também informaram repetidas vezes que tolerariam crescimento um pouco mais lento desde que o mercado de trabalho permaneça resiliente.

Mais recentemente, o banco central injetou dinheiro no sistema, sob a forma de empréstimos de curto prazo aos bancos, em uma tentativa de manter baixos os custos de financiamento e encorajar empréstimos.

Mas um número crescente de economistas disse que esses movimentos não se traduziram em diminuição dos custos de financiamento nem em mais crédito para empresas chinesas que precisam de recursos.

Analistas expressaram dúvidas sobre se o impacto do corte da taxa será transmitido à economia real, pois a economia enfraquecida torna os credores mais avessos ao risco. Alguns previram que múltiplos cortes seriam necessários no ano que vem.

A decisão sobre as taxas de juros na China vem após a surpresa do banco central do Japão surpresa em 31 de outubro, que aumentou fortemente o ritmo de suas medidas de incentivo, enquanto o presidente do BCE, Mario Draghi, mudou a direção na sexta-feira e deixou a porta bastante aberta para "quantitative easing" na zona do euro.

"Definitivamente há mais preocupação sobre o estado da economia global do que há alguns meses, você vê isso não apenas quando se fala sobre a Europa", disse o ministro das Finanças britânico, George Osborne, a uma platéia de líderes empresariais em Londres na sexta-feira.

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