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Atividade da indústria no Brasil tem 1ª contração desde setembro

ECONOMIA - Política Monetária

1 ago 2013 - 07h57
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O setor industrial brasileiro registrou contração em julho pela primeira vez desde setembro devido ao menor volume de negócios para exportação e de novos pedidos, mostrou nesta quinta-feira a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês), somando-se ao cenário já fraco do setor.

O PMI do instituto Markit caiu para 48,5 em julho, ante 50,4 em junho, ficando abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração pela primeira vez desde setembro de 2012, quando atingiu 49,8. A leitura também é a mais fraca desde junho de 2012, quando também esteve no patamar de 48,5, com os dados indicando produção menor em bens intermediários e bens de investimento, ainda que o setor de bens de consumo tenha registrado aumento.

"A perda de ímpeto observada nos últimos meses evoluiu para um enfraquecimento real das condições econômicas, com implicações negativas para os próximos trimestres", avaliou o economista-chefe do HSBC, Andre Loes.

A atividade industrial brasileira vem registrando altos e baixos ao longo deste ano, e o resultado do PMI indica que essa tendência deve continuar, depois de a produção ter avançado 1,9% em junho, segundo publicou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira.

De acordo com o Markit, a demanda mais fraca tanto de clientes nacionais quanto do exterior resultou num declínio sólido do volume de novos negócios, o maior desde outubro de 2011. "Os entrevistados citaram, em grande parte, a instabilidade econômica e as pressões da competição (especialmente dos fabricantes chineses)", destacou o Markit.

Por sua vez, os negócios para exportação se contraíram pelo quarto mês consecutivo, em meio a evidências de quedas de pedidos dos clientes argentinos e europeus e pressionados pelas taxas de câmbio desfavoráveis.

Com número menor de pedidos, os fabricantes reduziram a força de trabalho ainda mais em julho, e a taxa de corte de empregos acelerou para o ponto mais rápido em um ano. O número de funcionários caiu tanto no setor de bens intermediários quanto no de bens de investimento, e o crescimento entre os produtores de bens de consumo foi apenas marginal.

Dólar e preços

Os produtores industriais relataram ainda que a desvalorização do real levou a um aumento nos preços pagos por insumos, e a taxa de inflação de custos atingiu o ponto mais rápido em mais de três anos.

Por sua vez, a inflação dos preços cobrados registrou o valor mais acentuado em cinco anos. Segundo o Markit, quase 17% dos entrevistados relataram preços mais altos de venda, sendo que apenas 1% mencionou redução.

"Todas as três categorias monitoradas registraram aumento de tarifas, com o crescimento mais forte sendo mencionado pelos produtores de bens de investimento", completou o Markit. O Índice de Confiança da Indústria (ICI) da Fundação Getúlio Vargas já havia indicado deterioração do setor ao recuar 4% em julho ante o mês anterior, o menor nível desde julho de 2009.

Em meio a uma queda generalizada da confiança entre vários setores da economia, as estimativas sobre o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro neste ano já estão caminhando na direção de 2%.

Fonte: Reuters News
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