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Após subir a R$ 2,30, dólar fecha estável por tripla ação do BC

ECONOMIA - Indicadores

31 jul 2013 - 14h59
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O dólar fechou perto da estabilidade ante o real nesta quarta-feira após sessão de ampla volatilidade e que chegou a levá-lo ao patamar de R$ 2,30, com o Banco Central (BC) atuando três vezes para conter a valorização da divisa e com o Federal Reserve (FED, banco central dos Estados Unidos) não oferecendo sinais de que reduzirá seu estímulo monetário em breve. O dólar fechou com leve alta de 0,08%, a R$ 2,2824 na venda, sendo que na máxima do dia chegou a R$ 2,3029. Em julho, a divisa acumulou alta de 2,27% e, desde maio, de 14%.

Em julho, a divisa americana acumulou alta pelo terceiro mês consecutivo e os analistas continuam afirmando que seu viés é de alta, mas sem tanta força como a vista até agora diante da perspectiva de intervenções do BC para evitar mais pressões inflacionárias.

"Não vejo uma alta tão forte do dólar no futuro próximo. Com certeza o viés é mais de alta do que de baixa, mas não é uma alta tão expressiva", afirmou o economista-chefe da INVX Global, Eduardo Velho.

Durante a manhã, o dólar chegou a registrar alta de quase 1%, bastante influenciado pela briga na formação da Ptax. Neste período, o BC realizou três leilões de swap cambial tradicional - equivalente a venda de dólares no mercado futuro -, numa atuação que não fazia há mais de uma década.

A última vez que a autoridade monetária fez três leilões de swap tradicional num mesmo dia foi em agosto de 2002 e, segundo operadores, a ação agora serviu para tentar segurar a cotação. "O BC quer manter o câmbio por voltade R$ 2,20 ou R$ 2,30 para evitar uma pressão indesejável sobre a inflação ao longo dos próximos meses", afirmou Velho, ressaltando que a autoridade monetária pode recorrer a atuações mais incisivas, como ofertas de dólares no mercado à vista, para conter a valorização do dólar.

"Essa é a grande pergunta: se o BC vai conseguir o dólar nesse nível. Eu acho que no curto prazo ele consegue, porque ainda tem ferramentas para fazer isso", acrescentou ele.

No primeiro leilão, o BC vendeu o lote integral de 30 mil contratos de swaps e, no segundo, ofertou a mesma quantidade e vendeu um pouco mais da metade. Logo em seguida, anunciou que faria outro leilão, mas de 15 mil contratos, e acabou não vendendo nenhum deles. Mesmo assim, a moeda continuou a operar em alta.

O dólar anulou os ganhos durante a tarde, entretanto, após o Fed informar que a economia continua se recuperando mas ainda necessita de suporte, não oferecendo indicações de que uma redução no ritmo de aquisição de ativos seja iminente.

A notícia aliviou expectativas de menor liquidez mundial, que de manhã pesavam sobre os mercados diante dos dados que mostraram que a economia dos EUA expandiu mais do que o esperado. "Como o FED mantém o incentivo monetário, o dólar tende a cair. Além disso, o BC fez 3 leilões de swap cambial. É uma somatória de notícias para derrubar o dólar", afirmou um operador de uma corretora brasileira.

Fonte: Reuters News
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