AIE reduz previsão de oferta de petróleo depaíses fora da Opep
MERCADOS - Matérias Primas
A oferta de petróleo de países de fora da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) crescerá menos que o esperado no primeiro trimestre deste ano, disse a Agência Internacional de Energia (AIE) nesta quarta-feira, mantendo inalterada a projeção da demanda global por petróleo.
A agência, que aconselha países industrializados em políticas energéticas, disse que a produção de petróleo de fora da Opep vai crescer apenas 300 mil barris por dia (bpd) no primeiro trimestre, abaixo dos 490 mil bpd na estimativa anterior, depois de fechamentos não planejados cobrirem 750 mil bpd.
A AIE também rebaixou a estimativa para o crescimento da produção de petróleo total no ano, fora da Opep, para 730 mil bpd, contra 900 mil bpd. A piora das perspectivas na Síria e Sudão do Sul impõe os maiores desafios à oferta dos países que não fazem parte da Opep.
Também do lado da oferta, a agência destacou a erosão dos estoques em países industrializados, acrescentando que, apesar de China e outros consumidores emergentes estarem construindo nova capacidade de estocagem, suas armazenagem real cobriu menos a demanda do que os da OCDE.
Os estoques da OCDE subiram 13,6 milhões de barris em janeiro, para 2,61 bilhões de barris, disse, colocando os níveis absolutos dos estoques abaixo da média de cinco anos pelo sétimo mês consecutivo.
A produção da Opep, que bombeia cerca de um terço do petróleo mundial, aumentou pelo quinto mês consecutivo, a máximas não vistas desde outubro de 2008, de 31,42 milhões de bpd, impulsionada pela produção saudita e pela recuperação da Líbia.
A oferta saudita cresceu durante o mês a máxima de quase três décadas, de cerca de 10 milhões de bpd, deixando a capacidade ociosa em menos de 2 milhões de bpd.
Quanto ao apetite por petróleo, a agência manteve suas estimativas para 2012 praticamente inalteradas, vendo o crescimento de cerca de 800 mil bpd. A Opep também manteve sua opinião de que a demanda mundial de petróleo crescerá 900 mil bpd este ano, volume inalterado ante o mês passado.
No entanto, a AIE alertou que os preços elevados do petróleo são a principal ameaça para uma recuperação. "O crescimento da demanda provavelmente vai permanecer atrofiado por perspectivas econômicas mais fracas, mais ainda se os preços permanecerem altos", disse a AIE.
