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Agronegócio pode chegar a 25% do PIB em 2011, diz ministério

3 out 2011 - 11h01
(atualizado às 11h49)
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Bruna Saniele
Direto de São Paulo

O bom rendimento no primeiro trimestre do ano, aliado à alta do preço das principais commodities agrícolas deve fazer com que o setor de agricultura e pecuária tenha um desempenho recorde em 2011. A participação no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve ser maior em 2011, após três anos em queda, segundo informações da Coordenação Geral de Planejamento Estratégico do Ministério da Agricultura. Em 2010, o agronegócio foi responsável por 22,4% do PIB do País e em 2011 pode chegar a 24% ou 25%, diz o ministério. Conforme levantamento da Confederação Nacional de Agricultura, 37% das exportações do País e um terço de todos os empregos formais são provenientes do setor.

Segundo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicadas (Cepea) da Universidade de São Paulo (USP), a agropecuária foi responsável por um crescimento de 1,3% no PIB do primeiro trimestre do ano, a maior expansão em relação a outros setores da economia. Conforme o Cepea, até abril o agronegócio brasileiro já tinha apresentado crescimento de 2,76%. O setor agrícola teve desempenho mais significativo, com expansão de 3,18%, enquanto a pecuária cresceu 1,75% no período. O levantamento concluiu também que a forte alta nos preços internacionais de commodities como algodão, café, laranja, milho e soja foram responsáveis pelo aumento de faturamento do segmento.

Para a economista e pesquisadora do Cepea, Adriana Ferreira Silva, embora a participação do agronegócio PIB tenha caído nos últimos três anos, isso não representava uma retração.

"A economia brasileira está acelerada e, embora o agronegócio tenha aumentado outros setores da economia, como a indústria e o setor de serviços, tinham crescido mais", diz. De 2009 para 2010, em decorrência da crise internacional de 2008, a retração do agronegócio foi de 5,08%, mas no ano seguinte, o setor voltou a crescer 5,29%.

"O Brasil adquiriu competência na agricultura e pecuária e vem tendo desempenhos excelentes, mesmo sem os subsídios do governo. E a tendência ainda é de crescimento, até porque há 200 milhões de hectares ainda disponíveis no País", diz o consultor da Allier Brasilm Flávio Hirata. "A perspectiva para os próximos cinco anos é excelente".

Conforme o levantamento "Brasil, projeções do agronegócio", do Ministério da Agricultura, a safra de 2010/2011 vai levar o País a um novo recorde na produção de grãos, com 161,5 milhões de t. O resultado está 8,2% acima da safra anterior, com aumento de 3,8% na área plantada e de 4,2% na produtividade. O levantamento mostra ainda aumento de 8,3% no Valor Bruto da Produção (VBP) das principais lavouras como algodão, arroz, café, feijão, laranja, mandioca, milho, soja e uva, responsáveis por 73% do valor da produção brasileira.

"Até o momento, as exportações estão indo muito bem, melhor que o ótimo ano de 2010. A perspectiva que podemos ter a partir da safra de verão, que já está sendo plantada, é excelente", diz o diretor da Associação Brasileira do Agronegócio (ABA), Luiz Antônio Pinazza.

Exportações

Conforme o Ministério da Agricultura, as exportações agrícolas cresceram 34,7% em agosto em comparação ao mesmo mês de 2010, com superávit de US$ 8,3 bilhões. Nos últimos 12 meses, as exportações agropecuárias brasileiras tiveram crescimento de 24,8% em relação ao mesmo período do ano passado, com superávit comercial de US$ 71,9 bilhões no acumulado dos últimos 12 meses.

Os principais destinos das exportações do agronegócio brasileiro no último ano foram a União Europeia, com US$ 20,4 bilhões, a China, com US$ 11 bilhões, os EUA, com US$ 5,4 bilhões, a Rússia, com US$ 4,6 bilhões e o Japão, com US$ 2,3 bilhões. Ao todo, os produtos brasileiros chegam a cerca de 180 países.

A soja, em suas três principais variações (farelo, grão e óleo), foi o produto mais exportado, com total de US$ 21,5 bilhões, seguido do complexo sucroalcooleiro (açúcar e etanol), com vendas de US$ 15,6 bilhões. As carnes aparecem em terceiro lugar, com exportações de US$ 14,8 bilhões e um crescimento de 12,1% no acumulado dos últimos 12 meses. O café (63,1%), os cereais, as farinhas e preparações (127,7%) e os sucos de fruta (41,1%) também tiveram resultados expressivos de exportações no acumulado dos últimos doze meses.

Crescimento expressivo

De 1960 a 2010, a produção brasileira de grãos aumentou 774%, de acordo com o ministério. A área do País ocupada pela agricultura passou de 22 milhões de hectares para 47,5 milhões enquanto a produtividade passou de 783 quilos por hectare para 3.173 quilos por hectare. No mesmo período, a pecuária passou a ocupar uma área 39% maior, embora a produção de carne bovina tenha aumentado 251%.

A produtividade passou de 0,47 cabeça por hectare para 1,2 no período. Conforme o ministério, a expectativa é que até 2020 o aumento seja de 26,8% na pecuária e de 23% na agricultura.

Fonte: Terra
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