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vc repórter: grupo acampa contra demissões na Mercedes em SP

Trabalhadores estão acampados há três dias, em frente à fábrica da montadora em São Bernardo do Campo

10 jun 2015 - 12h35
(atualizado às 12h41)
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Um acampamento montado por funcionários da Mercedes-Benz, em frente à fábrica da montadora em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, chegou ao terceiro dia de duração nesta quarta-feira (10). De acordo com Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, cerca de 300 trabalhadores se revezam no local para protestar contra a demissão de 500 colegas da unidade.

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As barracas foram montadas no cruzamento entre a avenida 31 de Março, a avenida Lions e o Corredor ABD. O sindicato explicou que o objetivo do acampamento é reverter o corte e “fortalecer a luta contra as demissões” na Mercedes, iniciada há 16 dias, com manifestações em frente às concessionárias da montadora. A associação esclareceu que, entre os 500 funcionários, cerca de 190 aderiram ao PDV (Programa de Demissão Voluntária). O número de trabalhadores realmente demitidos é 300, aproximadamente. 

O grupo está acampado no local desde a última segunda-feira (8)
O grupo está acampado no local desde a última segunda-feira (8)
Foto: Leandro Cavallari / vc repórter

O corte de 500 funcionários foi anunciado em maio, juntamente com as férias coletivas, entre os dias 1º e 15 de junho, para 7 mil trabalhadores do setor de produção. O sindicato afirmou que as demissões atingiram colegas que estavam em lay-off, ou seja, com contratos de trabalho temporariamente suspensos.

A entidade lembrou que a categoria chegou a entrar em greve, no dia 22 de abril, após ser informada sobre os cortes, mas suspendeu a paralisação no dia 27 do mesmo mês, depois que Mercedes decidiu cancelar as demissões. Para o sindicato, a montadora “quebrou o acordo” ao reafirmar o desligamento de funcionários. Faixas utilizadas durante a  greve de abril foram reaproveitadas e instaladas próximo às barracas, apesar de não haver paralisação no momento.

Os trabalhadores afirmam que o acampamento é um “protesto por tempo indeterminado”. Segundo o sindicato, o movimento recebeu a solidariedade de funcionários que não estão em lay-off, de prestadores de serviços da empresa e de pessoas que trabalham na Ford, na Scania e na Karmann Ghia.

Procurada pelo Terra, a Mercedes-Benz informou que as demissões aconteceram “devido à forte queda de vendas de caminhões e ônibus no mercado brasileiro desde o ano passado” e à “falta de previsão de retomada do crescimento econômico” do País.

A montadora afirmou que, no entanto, o corte foi a última medida a ser adotada, após serem oferecidas “diversas oportunidades de saídas voluntárias por meio de PDVs, com o máximo de benefícios financeiros possíveis”, além do lay-off e das férias coletivas para todas as áreas produtivas.

De acordo com a Mercedes, com o valor fixo de R$ 55 mil do último PDV, a empresa garantiu renda para 12 meses (até maio de 2016) para os ex-colaboradores, com base na média salarial. A montadora alertou que, apesar das ações realizadas, ainda há “um excesso de cerca de 1.750 pessoas dentro da fábrica”.

O leitor Leonardo Cavallari, de São Paulo (SP), participou do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui ou envie pelo aplicativo WhatsApp, disponível para smartphones, para o número +55 11 97493.4521.

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