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Abertura de capital do Carrefour no País depende da economia

Segundo presidente da varejista, Georges Plassat, investimento do empresário Abilio Diniz não elevará o número de lojas que devem abrir no País no ano que vem

18 dez 2014 - 16h11
(atualizado às 16h13)
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<p>Fachada de uma unidade da rede de supermercados Carrefour, em São Paulo</p>
Fachada de uma unidade da rede de supermercados Carrefour, em São Paulo
Foto: Paulo Whitaker / Reuters

Uma eventual listagem em bolsa de ações do Carrefour Brasil dependerá das condições de mercado, e o investimento do empresário Abilio Diniz na unidade não necessariamente acelerará o plano de abertura de lojas da rede francesa no País em 2015, disse o presidente do Carrefour, Georges Plassat.

"As janelas para um IPO não estão abertas hoje", afirmou o executivo em conferência com jornalistas nesta quinta-feira, acrescentando que a operação só será feita se for pertinente para o grupo e seus acionistas.

Após anunciar mais cedo a venda de 10% do Carrefour Brasil a Abilio por R$ 1,8 bilhão, Plassat disse que os recursos não elevarão imediatamente o número de inaugurações previsto pela subsidiária brasileira em 2015, mantendo inalterada uma estimativa de 20 lojas novas.

"Temos que ser cuidadosos na qualidade, com o preço das novas lojas que estamos abrindo, não temos obrigação de abrir mais", disse.

Prestes a completar 40 anos no País no ano que vem, o Carrefour é o segundo maior varejista do Brasil, atrás do Grupo Pão de Açúcar, somando 256 lojas no Brasil, incluindo as bandeiras bandeiras Atacadão e Supeco e as lojas de conveniência Carrefour Express.

Também presente na conferência, Abilio Diniz disse a jornalistas que seguirá como presidente do Conselho de Administração da empresa de alimentos BRF após entrada no capital social do Carrefour Brasil, do qual também será membro do Conselho.

"O assunto já foi examinado juridicamente e não há nenhum conflito de interesses", afirmou o empresário brasileiro.

A investida de Abilio marca seu retorno ao varejo de supermercados após a transferência em 2012 do controle da companhia fundada por seu pai, o GPA, ao grupo francês Casino, arquirrival do Carrefour.

Ela também representa uma reaproximação do brasileiro com o Carrefour depois de Abilio ter tentado costurar em meados de 2011 uma fracassada união entre a rede francesa e o GPA no Brasil, em negociação que acabou azedando suas relações com o Casino.

No ano passado, Abilio deixou o GPA e abriu mão de todos os direitos políticos na maior varejista do País, sendo liberado da cláusula que estabelecia não competição com a empresa.

"Agora é Carrefour, lugar de gente feliz é aqui", brincou o empresário, em referência ao slogan utilizado pelo GPA.

Neste ano, Abilio e sua família venderam a maior parte das ações que ainda detinham no GPA, com os recursos ajudando a impulsionar o patrimônio administrado pela Península, empresa de investimentos da família que possui mais de R$ 10 bilhões sob gestão.

Com o aporte no Carrefour Brasil, a Península ganhou dois assentos no Conselho do varejista francês no País, sendo que o segundo deles será ocupado por Eduardo Rossi, ex-executivo do banco JP Morgan e presidente da empresa de investimentos.

Segundo Plassat, havia outros interessados em uma fatia no Carrefour Brasil, dentro de plano da controladora de buscar investidores externos para reforçar os seus laços locais e apoiar o seu crescimento, mas o Carrefour está "perfeitamente feliz" com o investimento de Abilio no momento.

No âmbito do negócio, a Península detém opções que permitem o aumento de sua participação na unidade brasileira do Carrefour até o limite de 16% nos próximos cinco anos.

R$ 20 bilhões

A operação avalia a subsidiária brasileira do Carrefour em R$ 20,4 bilhões, contra valor de mercado de cerca de R$ 25,64 bilhões do rival GPA, que possui receita geral expressivamente maior por também controlar a empresa de móveis e eletroeletrônicos Via Varejo, dona da Casas Bahia e Pontofrio, além da Cnova, de comércio eletrônico.

O Carrefour irá retomar suas operações de comércio eletrônico no Brasil no segundo semestre de 2015, após encerrá-las no fim de 2012.

A jornalistas, Abilio disse que considerou o preço do negócio justo, e que acredita em seu potencial de valorização "em um futuro próximo".

Além do investimento direto no Carrefour Brasil, o empresário possui uma fatia de cerca de 2,4% nas ações do Carrefour listadas na França.

Reagindo à notícia sobre o investimento do empresário, os papéis do Carrefour subiram 4% na bolsa de Paris, a 24,42 euros. Às 15h35, as ações do rival GPA caíam 1,2¨% no Brasil, com o Ibovespa em queda de 0,26% no mesmo momento.

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